Estudantes relatam dificuldades ocasionadas pelo movimento grevista

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O movimento paredista deflagrado pelos servidores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) no dia 3 de maio tem provocado uma série de transtornos aos discentes que já cursam sua graduação na instituição, e também aqueles que ainda ingressarão na Universidade.

Matriculada no 8º e último período no curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, a estudante Anna Paula Brito revela estar bastante desestimulada com a atual situação vivenciada na Uern. A graduanda destaca que a indefinição referente à conclusão do curso a preocupa consideravelmente.
"Muito provavelmente o nosso baile de formatura ocorrerá antes da colação de grau, uma vez que a festa já está agendada. Isso desestimula muito a gente, comemorar sem ter recebido o diploma. E eu não tenho muitas expectativas em relação à regularização desse impasse. Enquanto a gestora for Rosalba Ciarlini, esse problema persistirá, porque ela não passa confiança", enfatiza a estudante.
Anna Paula demonstra preocupação também quanto ao futuro, uma vez que diante dos movimentos de paralisação recentes, o calendário da Uern continuará irregular. "Até o ano passado, não tínhamos enfrentado nenhuma greve, e quando o calendário finalmente estava se regularizando, a Universidade interrompe suas atividades, em agosto do ano passado, e agora mais uma greve. Isso está atrasando nossas vidas", lamenta.
Com a conclusão do curso indefinida, Anna Paula revela que está encontrando dificuldades para se estabilizar em sua área de atuação, já que não pode ser contratada como profissional. "A greve prejudica nesse ponto também. Se já estivesse formada, poderia ser admitida como profissional em algumas empresas, algo que hoje não pode ser feito. Se eu estivesse no início do curso, provavelmente não seguiria em frente", comenta, acrescentando: "Não sou contra a atitude dos professores, a luta deles é justificável".
O pensamento de Anna Paula Brito é seguido pela caloura Luana Ferreira. Aprovada para o curso de Ciências Econômicas, a jovem deveria ter iniciado suas aulas no início de maio, o que, devido à greve, não ocorreu. "A possibilidade de investir em uma universidade particular já passa pela minha cabeça. Se eu tivesse condições, não perderia mais tempo e iria começar logo uma graduação em outra instituição. Toda essa situação que estamos passando é constrangedora", define.
Luana Ferreira enfatiza que se sente sem estímulo para ingressar na Uern, após tantos meses de dedicação e estudos para tentar a aprovação no Processo Seletivo Vocacionado (PSV) da instituição. "É uma situação horrível, deixando a gente sem saída, não só eu, mas como todo e qualquer aluno. Apesar de tudo, eu espero que as aulas sejam retomadas o mais rápido possível", conclui.

Greve completa um mês sem expectativas de entendimento
A greve da Uern, a segunda em menos de um ano, completa hoje, 3, um mês, sem nenhuma previsão de entendimento entre os servidores da Universidade e o Governo do Estado.
Iniciada após o Poder Executivo estadual descumprir o acordo que pôs fim ao movimento grevista realizado no ano passado, que durou 106 dias, a paralisação foi decretada legal pela Justiça no último dia 30, fato que motivou a Procuradoria-Geral do Estado a recorrer da decisão proferida pela juíza substituta Sulamita Pacheco.
Além dos docentes, os servidores técnicos da Uern também interromperam suas atividades, e reivindicam o reajuste de 10,65%, aumento que o Governo do Estado alega não poder conceder por estar no limite prudencial.
Amanhã, 4, o Comando de Greve Unificado, que engloba a Associação dos Docentes, o Sindicato dos Técnicos-Administrativos e o Diretório Central dos Estudantes da Uern, se reúne, a partir das 8h, na sede da Aduern, para debater questões relacionadas ao movimento.
Na quarta-feira, 6, haverá mobilização em Caicó, e, no próximo sábado, os servidores em greve também se mobilizarão durante o evento "Pingo da Mei'Dia", que marca a abertura oficial do Mossoró Cidade Junina.

Fonte: Jornal o Mossoroense

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