Ambulantes voltam às ruas da C. Alta


Óculos escuros, relógios, CDs, sandálias, bonés, celulares e até tapetes são os produtos que estão sendo comercializados nas calçadas das principais ruas e avenidas do bairro Cidade Alta. Mais de uma década depois dos ambulantes terem sido relocados para o camelódromo da Cidade Alta, as calçadas da área comercial voltaram a ser ocupadas por barracas. 


O motivo da ocupação é declarada pelos próprios comerciantes informais: falta de fiscalização da Prefeitura de Natal. 

Durante a tarde de ontem, não foi possível ver fiscais da Semsur na Cidade Alta. A maioria dos ambulantes disseram à TRIBUNA DO NORTE que os fiscais não aparecem há cerca de dois meses, sendo este o motivo para a ocupação das calçadas. "Deus queira que eles não apareçam. Eu estava no camelô, que fica num bêco sem movimento. Vim para a Rio Branco e ainda trouxe os companheiros", disse Manoel Deílson da Silva, 50, vendedor de sandálias.

O desejo de Manoel Deílson não vai ser atendido. Isso porque a assessoria de imprensa da Semsur confirmou que a secretaria irá realizar um mutirão de ordenamento na avenida Rio Branco, com o intuito de organizar o comércio no local. A princípio, esse ordenamento não significará expulsão, a não ser que algum ambulante resista a orientação dos fiscais, como explica Leane Fonseca. "Os fiscais vão mostrar onde esses ambulantes vão poder conviver uns com os outros e com os lojistas sem atrapalhar o fluxo das pessoas nas calçadas. Quem resistir a orientação dos fiscais da Semsur será convidado a se retirar do local", disse. A fiscalização passará a ser feita por nove funcionários e outros 15 auxiliares concursados da secretaria, já que o contrato com a empresa terceirizada terminou no dia 29 de outubro. Com a ajuda da terceirizada, o trabalho da Semsur antes era feito por 99 pessoas. 

Para tentar ficar livre da fiscalização, alguns ambulantes têm em seus objetos de trabalho a funcionalidade móvel como forma de apresentar seus produtos e estarem em vários lugares ao mesmo tempo, como é o caso de Weldson Nascimento, 26, que personalizou um carrinho para vender Cds e aparelhos de DVDs portáteis. "Posso estar na Rio Branco, na Princesa Isabel ou na João Pessoa. Onde tiver movimento eu vou, apesar de ainda estar um pouco fraco", reclamou fazendo referência ao período natalino.

Já o vendedor de CDs, Luiz André, 31, disse que ainda não foi abordado por nenhum funcionário da Semsur, mas se caso for, não fará resistência. "Eu estou aqui fazendo o meu trabalho, mas se mandar sair 'a gente' sai", falou. O único problema que o ambulante teve até agora foi com o responsável pela loja que fica instalada atrás dele, mas sem maiores consequências que impediram seu trabalho.

Midway tem rodízio de ambulantes

No mês de julho deste ano, o Shopping Midway Mall foi palco de intensas discussões entre comerciantes informais e a Semsur, que usou o argumento de o comércio informal estar atrapalhando os transeuntes por questões de mobilidade, acessibilidade e segurança no passeio público. Após muitos protestos, foi acordado um rodízio de 20 ambulantes diferentes por dia. Como forma de identificação dos regularizados, estes passaram a usar colete e crachá após um cadastramento na secretaria em agosto.

Para o mutirão da próxima semana na avenida Rio Branco, o processo vai ser diferente dos ambulantes do Midway. A assessoria de imprensa da Semsur explicou que o motivo para o não cadastramento por coletes e crachás será por causa da extensão da via e contingente de pessoas responsáveis pela fiscalização atualmente. "Fica muito difícil fazer o que fizemos no Midway na avenida Rio Branco. Não dispomos de pessoas suficiente para fazer esse trabalho em poucos dias", finalizou Leane Fonseca.
da TN

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