O acidente na BR-101 que aconteceu no sábado passado (24) e deixou três mortos próximo a Emaús, tomará um novo rumo nas investigações. Em depoimento ao delegado titular da Especializada em Acidentes de Veículos da Polícia Civil (Deav), Sérgio Leocádio, Wellington Hoperiano Gonçalves, até então acusado como causador do acidente, afirmou que não dirigia o carro Sorento, que colidiu com outros veículos.
Delegado Sérgio Leocádio afirmou que Francisca Edinádia, antes mesmo do depoimento, teria confirmado que dirigia o veículo no momento do acidente
Segundo Wellington, o carro, com registro no nome de Francisca Edinádia, que também estava no momento do acidente, estava sendo conduzido por ela mesma. O delegado Sérgio Leocádio confirmou que, no depoimento, Edinália confirmou a informação. Porém, segundo Leocádio, apesar de ter assumido que estava na direção do veículo, ela não assumiu que bebeu, como disse Wellington em seu depoimento. De acordo com o delegado, outras testemunhas afirmaram terem visto a mulher no banco do motorista após o acidente.
O acusado de estar dirigindo o Sorento disse também que não lembra com exatidão o que teria acontecido devido a uma pancada que levou na cabeça, mas recorda que todo o acidente aconteceu devido a um outro veículo, que teria encostado na traseira do carro que estavam Wellington e Edinádia, além de Julião Francisco da Silva, 47 anos, que morreu no local.
De acordo com o relato de Wellington Gonçalves, os três estavam bebendo na casa dele e saíram da avenida Maria Lacerda e seguiam na BR-101 no sentido Natal-Parnamirim, quando o acidente ocorreu. O Sorento teria atravessado o canteiro e, no sentido contrário da rodovia, colidido com um Astra e um Polo. Ainda segundo Wellington, ele teria assumido a culpa do acidente devido à amizade com a proprietária do veículo.
O delegado considera que as novas informações que apareceram neste depoimento são importantes e "mudam o andamento das investigações". Ele reforça também que "a preocupação [agora] é buscar a dinâmica do acidente", saber o que realmente ocorreu. Leocádio afirmou que Wellington voltará ao Centro de Detenção Provisória da Zona Norte, onde está desde o fim de semana do acidente, e lembrou que os advogados podem entrar com pedido de revogação da prisão do até então acusado.
Thiago Amorim, advogado de Wellington Gonçalves, afirmou que o pedido de revogação de prisão preventiva será feito e que a linha de defesa segue na negativa. "Se existe um culpado, não foi ele", disse.
Sobre os demais depoimentos, Sérgio Leocádio afirmou que Francisca Edinádia já sai da delegacia indiciada, mas responderá em liberdade. Ele disse ainda que tentará fazer a dinâmica do acidente, analisando o estado do veículo, utilizando material fotográfico da perícia e ouvindo policiais rodoviários federais que participaram do resgate às vítimas do acidente, para que tenha o laudo concluído até esta sexta-feira (30). "Agora muda toda a linha de investigação, estamos colhendo o resto da materialidade para concluir o procedimento até o fim da manhã de sexta-feira", disse o delegado.
Depoimentos
Uma das vítimas do acidente, Maria da Salete Fonseca Gama, 67 anos, ainda está hospitalizada na UTI do Hospital Walfredo Gurgel e respira com ajuda de aparelhos. "É um caso delicado, mas temos esperanças. Estamos confiantes", disse Renato Gulliver, filho da vítima, que deve ser ouvido pelo delegado na tarde de hoje. Hoje, também, uma outra testemunha do acidente, que teria visto que Edinádia dirigia o veículo, será ouvida.
da TN
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