Tempo é de cautela para consumir

No centro de Natal, a loja convida o consumidor: Compre agora e pague a primeira prestação depois do Carnaval. A poucos metros dali, uma ótica oferece até 60% de desconto no preço da armação. Um outro estabelecimento reduz o preço em 10% na primeira compra, caso o cliente faça o cartão de crédito na loja. Ao contrário do que possa parecer, entretanto, promoções para aquecer o movimento estão raras no comércio de Natal neste final de ano. E quem está disposto a consumir nesse período deve ficar atento: pesquisar ou até mesmo adiar as compras pode ser melhor para o bolso. 
 
A razão para a cautela é simples. "Os preços nessa época do ano geralmente sobem porque há mais dinheiro circulando no mercado. Comprar nos primeiros meses do ano novo, quando há queimas de estoque, pode ser mais vantajoso", disse em entrevista recente à TRIBUNA DO NORTE o economista, conselheiro do Conselho Regional de Economia e coordenador do curso de gestão Financeira da UnP, Janduir Oliveira da Nóbrega.

Mesmo com o pagamento de uma parte do 13º salário dos trabalhadores no dia 30 deste mês e com a aproximação do período natalino, a estratégia do comércio de Natal é de não realizar uma campanha de grandes descontos no preço de à vista das mercadorias até o fim de 2012. 

O consumidor que quiser comprar bens duráveis e não duráveis a preços relativamente baixos, tem de pesquisar nas lojas e adiantar suas compras, para evitar uma a alta de demanda de preços nas datas mais próximas do Dia de Natal, 25 de dezembro, ou do Ano Novo.

Pensando nisso, a diarista Rogéria Patrício Ferreira antecipou a compra de um fogão de cozinha, adquirido em sete parcelas de R$ 53,00: "Se fosse aguardar mais, ia ficar mais caro".

Rogéria Ferreira disse que perto do Natal "a correria é maior, todo mundo querendo comprar", por isso também resolveu pesquisar com  mais calma e levar um fogão "com uma prestação que dá para pagar".

A diarista estava acompanhada do marido, o pescador Luciano Gomes da Silva, que concordou com tudo o que a sua mulher disse: "No fim do ano a gente sempre quer mudar um móvel, uma coisa e se deixasse para vir depois, o fogão podia sair mais caro".

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do  Norte (Fecomércio), Marcelo Queiroz, afirmou que para esse período que antecede o Natal e o Ano Novo, "não existe uma estratégia específica" do setor, mas algumas lojas podem fazer campanhas de promoção pontuais, porque nessa fase do ano já existe uma empolgação natural dos consumidores para sair às compras. "As pessoas se prepararam para as comemorações, parabenizar e presentear alguém, já existe uma demanda nesse período natalino", disse ele.

O superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal, Adelmo Freire, declarou que, geralmente, os descontos nos preços só ocorrem a partir de janeiro, quando as lojas realizam "queima de estoque", com promoções para a renovação do mix de mercadorias de cada segmento lojista. 

Para este final de ano, o comércio trabalha com a expectativa "de crescimento nas vendas de 8%" em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com ele.

Na avenida Rio Branco, na Cidade Alta, poucas lojas tinham, nas vitrines, algum cartaz informando sobre descontos em mercadorias, ontem.
da TN

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