Adiamento de reunião gera protesto

O adiamento da reunião entre  os permissionários do transporte alternativo de Natal e o prefeito Carlos Eduardo Alves causou revolta entre os trabalhadores, que receberam a decisão como falta de respeito e descaso com a categoria. Irritados, os donos de vans realizaram manifestação em frente ao Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura, o que paralisou o trânsito da Rua Ulisses Caldas no final da tarde desta sexta-feira (2). O agendamento da reunião para ontem foi a condição estabelecida para a retirada pacífica dos permissionários, que invadiram e ocuparam a sede da prefeitura no último dia 24 e lá permaneceram por 33 horas.  

A nova data da reunião é a próxima quinta-feira (8), às 9h, já que o prefeito Carlos Eduardo viaja nesta segunda-feira (5) para Brasília para tratar da aceleração das obras de mobilidade urbana.  A categoria foi informada somente ao meio dia sobre o adiamento da reunião e a justificativa dada pelo secretário do Gabinete Civil, Sávio Hackradt, foi “motivos pessoais”.

Devido ao protesto, o expediente na Prefeitura foi encerrado mais cedo, às 17h. A Guarda Municipal estava posicionada em frente ao Palácio Felipe Camarão para conter possíveis tentativas de invasão. “Imprevistos acontecem e não há descaso por parte da prefeitura. Tanto que a reunião será o primeiro compromisso do prefeito quando ele retornar de Brasília”, justifica Sávio Hackradt. 

Para o presidente do Sitoparn, Nivaldo Andrade, o adiamento da reunião mostra a falta de seriedade nas negociações com a categoria. “O poder público municipal está nos tratando como palhaços, somos trabalhadores e estamos aqui para defender também as necessidades da população, que tem o direito a um transporte público alternativo mais barato”, diz ele.

O protesto

Narizes de palhaço, faixas, bandeiras e apitos. O som era ensurdecedor e, segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Transportes Alternativos de Natal (Sitoparn), José Pedro dos Santos, serve como aviso de que a categoria não irá se calar. “Duvido que se essa reunião fosse com os empresários de ônibus  teria sido adiada assim tão de última hora”, dispara. 

Os manifestantes ficaram de costas para a Prefeitura. Vários líderes comunitários também participaram do movimento. Sebastião Fernandes da Silva, presidente da Associação Comunitária do Loteamento José Sarney, na zona Norte, alega que  os moradores da comunidade estão sofrendo com a redução no número de opcionais. “A linha 308 que liga o loteamento à zona Sul de Natal operava com cerca de 17 carros, e hoje só há 6. Sem o alternativo, só podemos nos deslocar para a rodoviária e para o centro”, relata.

Os permissionários reivindicam a bilhetagem eletrônica unificada; o aumento da frota e a redução da tarifa para R$ 2,00. Segundo o presidente do Sitoparn, Nivaldo Andrade, o faturamento médio de um permissionário de transporte alternativo é de R$ 26 mil, operando 26 dias por mês e fazendo o transporte de 500 passageiros por dia. “Podemos reduzir a tarifa para R$ 2,00 e ainda ter um lucro líquido de 6 a 8 mil reais por mês”, afirma. Existem 177 permissionários de transporte alternativos em Natal e 410 no Estado.
da TN

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