Delegados paralisam atividades e votam indicativo de greve amanhã

Delegados realizaram hoje a terceira paralisação de advertência e decidem em assembleia prevista para amanhã início de greve. Foto: José Aldenir
Delegados realizaram hoje a terceira paralisação de advertência e decidem em assembleia prevista para amanhã início de greve. Foto: José Aldenir
Seguindo o cronograma de mobilizações previsto para agosto, os delegados de Polícia Civil do Rio Grande do Norte suspenderam novamente as atividades hoje em protesto contra a intransigência do Governo do Estado em atender às reivindicações da categoria. Esta é a terceira paralisação realizada pelos delegados, que voltam a se reunir em assembleia geral amanhã, para decidir se decretam ou não greve por tempo indeterminado.
Segundo a presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado (Adepol), Cláudia Saraiva, a entidade já tentou, por diversas ocasiões, se reunir com os representantes do Governo do Estado para discutir a pauta de reivindicações da categoria. No entanto, apesar dos vários ofícios enviados solicitando reuniões, os delegados, assim como outras categorias da Polícia Civil, não conseguiram ser recebidos.
Diante da falta de negociações, eles decidiram fazer três paralisações de advertência durante o mês de agosto, sendo a última marcada para o dia de hoje. Já amanhã, os delegados se reunirão em assembleia geral para votar o indicativo de greve. Caso deliberem pela suspensão das atividades, eles devem cruzar os braços logo depois da reunião.
Entre as reivindicações da categoria, estão a retirada total dos presos que ainda estão sendo custodiados nas delegacias do interior do Rio Grande do Norte, uma solicitação antiga de toda a Polícia Civil; a melhoria da infraestrutura das delegacias e a convocação urgente dos aprovados no último concurso público.
Atualmente, são 163 delegados em atuação em todo o Estado, para atender a uma demanda de 167 municípios, incluindo as distritais e unidades de plantão da Capital. Cláudia Saraiva explicou que existem 350 cargos de delegados criados em lei, no entanto, o déficit apresentado pelo Rio Grande do Norte é de 187 profissionais, o que gera sobrecarga e problemas de saúde nos servidores.
“Há colegas que acumulam mais de dez delegacias em municípios diferentes no interior do Estado, o que provoca um nível de estresse muito alto para o profissional, com doenças emocionais, físicas e até problemas sociais, já que eles não têm tempo de se dedicar às suas vidas pessoais por causa do excesso de trabalho”, afirmou a presidente da Adepol.
Servidores do Itep de braços cruzados
Em greve desde a última segunda-feira, os servidores do Instituto Técnico Científico de Polícia do Rio Grande do Norte (Itep/RN) continuam tentando estabelecer contato com o Governo do Estado, para reiniciar as negociações. O Sindicato dos Policiais Civis e dos Servidores em Segurança Pública (Sinpol/RN) protocolou mais um ofício de solicitação de audiência com o secretário chefe da Casa Civil, Carlos Augusto Rosado, esta semana.
A entidade também está solicitando reuniões com instituições importantes, além de audiências públicas nos legislativos da capital e estado. Através de ofícios, a diretoria do Sinpol/RN requisita apoio a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público (MPRN), Tribunal de Justiça, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Natal.

Policiais civis tentam negociação através de deputados estaduais
Sem nenhum tipo de sinalização do Governo do Estado, os agentes e escrivães da Polícia Civil e os servidores do Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) promoveram mais um ato público na manhã de hoje, no bairro Cidade Alta. Eles caminharam da Avenida Rio Branco até a sede da Assembleia Legislativa, para tentar sensibilizar os deputados estaduais sobre as reivindicações das duas categorias.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol/RN), Djair Oliveira, disse que os representantes do Governo permanecem indiferentes diante das inúmeras tentativas de negociação e entendimento com as duas categorias. E que, até a manhã de hoje, não responderam a nenhum dos ofícios encaminhados pela nossa entidade referentes a este tópico.
“Nada. Nenhum contato, nenhuma resposta. A situação continua do mesmo jeito de antes. Infelizmente, o Governo estadual, apesar de saber a triste realidade que a Segurança Pública do Rio Grande do Norte enfrenta hoje, não sinalizou em nenhum momento que atenderia às nossas reivindicações, que trarão benefícios não apenas para os servidores, mas principalmente à toda a sociedade potiguar, que também sofre com a precariedade dos serviços oferecidos pelo Estado”, desabafou.
Ele afirmou ainda que o objetivo da mobilização realizada hoje foi tentar sensibilizar o presidente da Assembleia Legislativa e líder governista, Ricardo Motta, e também aos demais deputados estaduais, sobre a precariedade das estruturas físicas e materiais das delegacias e das representações do Itep em todo o Rio Grande do Norte.
“Queremos que eles saibam a real situação em que os servidores da Polícia Civil e do Itep são obrigados a trabalhar e a atender a população, que é uma das mais prejudicadas pela precariedade da qualidade dos serviços oferecidos. Queremos que eles percebam a gravidade da situação e possam interferir junto ao Governo, para tentar abrir as negociações com as categorias”, explicou Djair.
do JH

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