Polícia retoma depoimentos sobre chacina em São Paulo

Movimento defende inocência de Marcelo Bovo e critica conclusões apressadas de delegado que investiga a chacina dos PMs
São Paulo (AE) - A polícia de São Paulo ouviu ontem o depoimento de Sebastião de Oliveira Costa, tio-avô de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos. O adolescente é o principal suspeito de assassinar os pais, que eram policiais militares, a tia e a avó e, depois, se matar, na semana passada. Costa, que foi chamado por ter dado declarações à imprensa de que não acreditava na culpa do sobrinho, preferiu não confrontar as investigações.
“Não vou falar mais nada. Muitas vezes a gente falando alguma coisa até atrapalha a investigação”, disse Costa. “Eu quero ter um pouco de sossego, a gente não está aguentando mais. A família está sofrendo, não está podendo trabalhar”, disse, em frente ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

O tio-avô de Marcelo levou ao DHPP uma chave que foi encontrada por uma equipe de televisão em frente à casa onde a família morreu e que foi entregue a ele. A chave estava embrulhada em um papel, mas Costa não soube dizer a quem pertencia ou o que abriria.

Durante o dia, o delegado que comanda as investigações, Itagiba Franco, evitou falar com a imprensa. Só deve voltar a se manifestar quando aparecer alguma informação relevante. Por enquanto, a polícia ainda acredita na tese de que Marcelo matou o pai, o sargento da Rota Luiz Marcelo Pesseghini, a mãe, a cabo Andréia Regina Pesseghini, a avó, Benedita Oliveira Bovo, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva. Depois, segundo crê a polícia, Marcelo se suicidou. 

Já o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, disse que a morte dos PMs só será esclarecida após laudos periciais. Em entrevista à Rádio Estadão, Grella disse que as provas colhidas até o momento confirmam a hipótese inicial da polícia de que o filho do casal, Marcelo teria assassinado os pais, suas avó e tia-avó e cometido suicídio. No entanto, “nenhuma linha de investigação pode ou deve ser descartada”, lembrou o secretário.

Enquanto isso, integrantes do grupo “Loucos pela Paz” fazia uma manifestação considerando precipitadas as investigações que apontam o adolescente com autor do crime. Numa das faixas podia-se ler: “Não fui eu! Sou mais uma vítima de um governo conivente com  criminosos. Chama o Batman”.

Na manhã de ontem, uma semana depois do crime, o Colégio Stella Rodrigues, onde Marcelo estudava, na Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, voltou às aulas. A movimentação de jornalistas foi grande, mas alunos e pais evitaram comentar a tragédia. Foram contratados psicólogos para ajudar os professores a lidar com o tema. Funcionários da escola disseram que ainda não é o momento para se pronunciar
.da TN

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