Processo de ex-presidente ameaça rendas do América

Além de futuras arrecadações e contratos, a penhora de bens, como a sede, também e prevista
Além de futuras arrecadações e contratos, a penhora de bens, como a sede, também e prevista
O América pode ter suas rendas bloqueadas e até mesmo o dinheiro proveniente do futuro contrato com a OAS ficar sob a tutela da justiça. O Tribunal deu despacho, ontem, dando ganho de causa ao ex-presidente do clube, José Maria Figueiredo, em dois processos contra o Alvirrubro, no valor de R$ 207.821,02.
Os processos – 0123227-12.2011.8.20.0001 - Execução de Título Extrajudicial, de agosto de 2011 – no valor de R$ 112.636,76 e 0123204-66.2011.8.20.0001 - Monitória em cheque, de dezembro de 2012, no valor de R$  95.185,01 estariam sendo negociados extrajudicialmente segundo informações do próprio América. O acerto provisório seria do pagamento em 70 vezes de R$ 3 mil, num total de R$ 210 mil, um pouco acima do valor de R$ 207.821,02 dos processos.

Como o possível acordo não foi firmado, a decisão tomada em 2011 passa a ser válida e tem executoriedade em três dias, conforme despacho do juiz à época. 

O despacho descreve que: “Nos moldes do art. 652 do Código de Processo Civil, cite(m)-se o(a)(s) executado(a)(s) para pagar o montante executado, no prazo de 03 (três) dias. Em caso de não pagamento, promova o oficial de justiça a penhora e avaliação de bens suficientes para garantia da dívida, intimando-se o(a)(s) devedor(es)(as). Fixo os honorários advocatícios em 10% (dez) por cento sobre o valor do débito (art. 652-A, CPC), os quais serão reduzidos pela metade em caso de pagamento integral do débito no prazo em epígrafe. Cientifique(m)-se o(a)(s) executado(a)(s) que poderá(ão) oferecer Embargos do Devedor, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da juntada nos autos do mandado de citação (art. 738, CPC). Cumpra-se. Natal-RN, 08 de setembro de 2011. Lamarck Araujo Teotonio Juiz de Direito”.

No clube ninguém quis se pronunciar oficialmente sobre a notícia. No entanto, o comentário “em off” foi de que existe uma corrente interessada em processar o ex-presidente americano acusando-o de perdas e danos no período de sua administração.

No entanto, o ex-presidente José Maria Figueiredo, ao contrário do clube, afirma que investiu, só em publicidade com a faculdade da qual é proprietário, cerca de R$ 200 mil e que o valor que está cobrando o foi pedido por empréstimo pelo América, mas que depois os dirigentes não reconheceram a dívida. “Isso me constrange muito, porque eu sou americano, me doei ao América. Não tenho rancor, mas sinceramente não gostaria de ver o meu dinheiro sair pelo ralo. R$ 200 mil não é pouco dinheiro. Tentei um acordo esse tempo todo. Esse processo já existe há muito tempo e ninguém quis acordo comigo. A justiça tarda, mas um dia chega, agora ela me deu o que me é de direito”, desabafa.
José Maria Figueiredo relata suas realizações à frente do clube e justifica sua saída à época. “Fiquei oito anos com o futsal. Fomos campeões de tudo e o Arthurzinho, que é um dos principais profissionais desse estado, é testemunha. Em 97 comandei o América num momento muito difícil. Conquistei o acesso para a primeira divisão, mas agora os tempos são outros. Pode ter certeza que o que tem hoje não dá certo com minha maneira de comandar”, justifica. Questionado se não temia ser mal interpretado pela torcida do América, uma vez que é ex-presidente e está processando o clube, José Maria Figueiredo parafraseou  Fernando Pessoa: “As pedras que atirarem em mim guardo e reconstruo meu castelo”, concluiu
.da TN

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