UTI: fila de espera e leitos ociosos

Em Natal há, pelo menos, 27 leitos de UTIs instalados e ociosos
Em meio à alta demanda por vagas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no estado do Rio Grande do Norte, 27 leitos estão prontos para serem utilizados mas mantém-se desativados. Desses, nove estão no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e oito no Hospital Maria Alice Fernandes, que não funcionam por falta de pessoal capacitado. Há, ainda, 10 leitos no Hospital Memorial que, apesar de privado, tem essas unidades disponíveis para também atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas aguarda habilitação necessária do Ministério da Saúde. 

Enquanto isso, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) informa que, pelo registro da última quinta-feira, 53 pessoas esperam por uma vaga em UTIs atendidas pelo SUS no RN. Desses pacientes, quatro são crianças internadas no Hospital Infantil Varella Santiago. 
Do total de leitos disponíveis (326) para pacientes do SUS no Rio Grande do Norte, 235 estão em hospitais da rede estadual e 91 são contratados pelo serviço público às instituições privadas.

Especialistas

O problema da falta de mão de obra especializada para atuar em leitos de terapia intensiva é generalizado e reclamado por outras unidades de saúde como o Hospital José Pedro Bezerra, conhecido como Santa Catarina, onde a UTI está sendo construída/equipada, mas ainda não há todo o quadro de funcionários necessário à disposição para começar a funcionar. 
De acordo com Camila Costa, médica e coordenadora hospitalar da Sesap, a falta de profissionais capacitados atrasa a abertura de novos leitos de terapia intensiva e até mesmo a continuidade de funcionamento. “Não temos um banco com profissionais que, além da formação, tenham essa experiência de UTI”, diz.

Camila Costa explica que o ideal para uma unidade de saúde é ter, de leitos de UTI, cerca de 10% do número total de leitos do hospital. Considerando esse percentual, Ricardo Lagreca, diretor-geral do Onofre Lopes, afirma que “hoje o HUOL tem 250 leitos e está prestes a inaugurar mais 50. Deveríamos ter, então, entre 25 e 30 vagas na Unidade de Terapia Intensiva. Mas, dos 19, apenas dez funcionam devido à falta de médicos, enfermeiros, e técnicos de enfermagem”.

Maria José de Pontes, chefe da divisão de Enfermagem do Santa Catarina, faz reclamação similar: “são necessários um médico intensivista, um enfermeiro e cinco técnicos de enfermagem para cada dez leitos”. Desses, o enfermeiro já atua no hospital, mas o Santa Catarina tem um déficit de três médicos que foram transferidos para outra unidade de saúde e não tem os técnicos necessários no seu quadro de funcionários.
da TN

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