Mineiro participa de evento sobre conservação dos rios, mangues e mar do RN

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) participou, na manhã desta quinta-feira (23), do I Encontro Rede MangueMar, Estuário e Litoral (Ermmel), no Teatro Municipal de Parnamirim. O evento teve início hoje e segue com programação até amanhã. A temática central da atividade é debater os conflitos socioambientais em regiões estuarinas e litoral e como essas questões estão se impondo na costa potiguar.

Mineiro parabenizou a rede MangueMar pelo evento e agradeceu o convite. “É uma ótima oportunidade de conhecer as demandas das comunidades litorâneas, são questões ambientais muito relevantes”, disse o parlamentar.

Neste primeiro momento foram apresentadas questões levantadas pela Rede MangueMar por quatro grupos de trabalho. Eles falaram sobre o uso e ocupação das áreas estaduais do Rio Pirangi e de manguezal e seus impactos socioambientais; o desastre ocorrido no Rio Potengi no ano de 2007 e suas consequências; a sobrevivência das comunidades da pesca artesanal diante da implantação de parques eólicos no litoral norte; e o crescimento desordenado das cidades litorâneas avançando em áreas de Rio e Mangue e o mal descarte de esgotamento sanitário e águas servidas no local.
evento-mangue-mar
O primeiro grupo a se apresentar foi sobre o litoral sul (Parnamirim e Nísia Floresta) representado pelo Movimento dos Pescadores, Colônia de Pesca Z-56 e Oceânica. Eles falaram sobre a observação que realizaram em julho do ano passado no Rio Pirangi, mangue e região estuarina e a necessidade de investigação do uso, ocupação e seus impactos na região.

Joane Batista, da Oceânica, explicou como era a região até a década de 80, onde funcionava a comunidade da pesca e agricultura de subsistência no local, e, agora, com a degradação do ecossistema. Ela mostrou a ocupação desordenada, o descarte de resíduos das casas e condomínios no local, áreas desmatadas e o cercamento e demarcações nas margens do rio. “A comunidade que sempre viveu da pesca não consegue mais entrar no rio para pescar”, disse.

A Grande Natal foi apresentada pelo segundo grupo, representado por ONGs, pesquisadores/UFRN e Colônia de Pesca de Natal Z-4. Eles exibiram um vídeo denunciando o desastre ocorrido em 2007 no Rio Potengi. Rosângela Silva do Nascimento, da Comunidade Tradicional de Pesca Artesanal, lamentou estarem há 10 anos sem resposta para essa questão. “O pescador não tem peixe nem na mesa para comer e nem para vender”, disse. O grupo busca a despoluição do rio, que as áreas de mangue sejam replantadas e que haja uma maior fiscalização dos Órgãos no local.

O terceiro e quarto grupo foram representados por pesquisadores e professores da UERN, Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e Movimento das Pescadoras e Pescadores, que falaram sobre os municípios do Polo Costa Branca, tais como: Caiçara do Norte, Galinhos, Macau, Guamaré, Pedra Grande, Porto do Mangue, Areia Branca e Tibau.

Foi abordada a sobrevivência das comunidades da pesca artesanal diante da implantação de grandes empreendimentos como parques eólicos, crescimento desordenado das cidades sobre áreas de manguezal e o desmatamento de terrenos. O grupo falou, ainda, da poluição devido ao mau descarte de esgotamento sanitário e águas servidas, bem como o mau gerenciamento da lagoa de decantação do saneamento de Macau.

As considerações de todos os grupos, assim como dos debates que ainda vão ocorrer durante o evento, vão constar na Carta-Compromisso que a Rede MangueMar RN está organizando. O documento será entregue à Procuradoria Federal do Meio Ambiente, Ibama e Idema, dentre outras instituições da área, com o objetivo de que sejam realizadas ações em prol da conservação dos bens naturais da região costeira-marinha e da melhoria das condições de vida e de trabalho das comunidades litorâneas.

Fotos: Vlademir Alexandre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário